Aos 93 anos de idade, Iris Apfel está mais pop do que nunca.
Empresária, designer de interiores e genuíno ícone da moda, a norte-americana
ganhou espaço sob os holofotes na última década graças a sua autenticidade e ao
seu inconfundível estilo colorido.
Ela falou de muitas coisas quando veio ao Brasil em 2013, a convite da Swarovski: "Fui
uma das primeiras mulheres dos Estados Unidos a ter uma calça jeans",
recordou. Quando estudava arte na Universidade de Wisconsin, nos anos 1940,
Iris encasquetou que gostaria de combinar um jeans com uma camisa branca e um
grande brinco laranja que tinha. Apenas uma loja vendia as calças, mas eram
apenas modelos masculinos, muito grandes para ela. "Eu vivia indo lá e
pedia para que fizesse um tamanho menor. Enlouqueci o pobre homem, porque
continuava voltando, voltando e voltando, até que um dia ele me ligou e disse
'encontrei algo para você'", disse. Era uma calça masculina, mas juvenil.
"Sempre preferir os cortes masculinos aos femininos", afirmou.
Alguns trechos da entrevista dada para a revista Into the Gloss em 2012:
Sobre seus cuidados de beleza: “Eu não faço muita coisa
relacionada à beleza. Uso coisas muito simples na minha pele. Não tenho tempo.
Antes eu fazia tratamentos faciais, e ia para casa carregada de produtos,
pagava muito dinheiro e não usava nada. Um dia um dermatologista me disse para
usar Cetaphil para limpar o rosto, e para hidratar, e é isso que faço. Eu usava
– quando era mais nova – maquiagem bem pesada nos olhos e lábios muito
vibrantes. Agora que estou mais velha, não maquio mais os meus olhos porque
quando você é mais velha, suas pálpebras enrugam. Se você usa azul ou verde, e
não é uma expert, acaba parecendo uma tartaruga”.
Sobre envelhecer com dignidade: “Envelhecer graciosamente é não usar maquiagem pesada (…) e não tentar parecer mais nova (…) Eu acredito que foi Chanel quem disse ‘Nada faz uma mulher parecer tão velha quanto tentar desesperadamente parecer jovem’. Acho que você pode ser atraente em qualquer idade. Acho que tentar parecer jovenzinha quando você não é te faz parecer ridícula. (…) Acho que se as mulheres usassem mais desse tempo e dinheiro em suas cabeças, elas ficariam melhores”.
Sobre seu marido, Carl Apfel: “Ele tem 97 anos. Eu estava
dizendo essa manhã, que se durarmos até fevereiro, completaremos 64 anos de
casados. Nós usamos o mesmo perfume. O nome é Yagatan, é da Caron – não é muito
famoso. É difícil de encontrá-lo por aqui, por isso nos acostumamos a comprá-lo
em frascos bem grandes, e a guardá-los na geladeira – é isso que nos falaram
pra fazer”.
Sobre seus cuidados com a saúde: “Sou muito ativa e não fico
sentada por muito tempo. Gosto de comer bem, não gosto de comida doce, e não
como porcaria. Eu gostava de beber, não muito, é claro – agora eu só tomo vinho
no jantar. (…) Às vezes dizem que não como o suficiente, mas é melhor comer a
menos do que a mais. Acho que as pessoas ficam mais doentes por comer muito das
coisas erradas. O corpo é como uma máquina – se você não coloca o tipo certo de
combustível, ele não vai funcionar tão bem, ou vai ficar congestionado. Eu
costumava fumar muito, e há uns 50 anos parei de uma vez – e eu fumava quatro
maços por dia. Meu marido havia me comprado uma linda cigarreira que tinha um
filtro, e você podia tira-lo e ver toda aquela gosma marrom, e eu dizia ‘Oh,
isso está em mim? Oh!’”.
Sobre o hype em torno de sua pessoa: “Nunca tive muito
mentores ou ícones nem nada, eu simplesmente fui indo. Quando era muito jovem,
talvez em minha adolescência, fui fazendo experimentações até que encontrei o
que eu gostava. Não demorou muito tempo. Não gosto de tendências mesmo – gosto
de tradição.
Algumas frases ditas por ela:
"Se aposentar é
pior que morrer. Há tantas coisas esperando para ser feitas no mundo".
"O conceito de elegância não mudou com o passar do
tempo. Ele foi jogado pela janela".
"Aprendi com a minha mãe que se você tiver um único
vestido preto e os acessórios certos, você pode ter 50 vestidos
diferentes".